quarta-feira, 28 de setembro de 2016

 Olá pessoal, estou de volta com a resenha oficial do blog!!!


“Há quase um ano, eu entrava nesse mesmo templo para agradecer o fato de ter sido pedida em casamento pelo homem que eu amava. Hoje, rezo para encontrar a explicação do porquê deste homem ter retirado minha vida”.
É com essa reflexão que tem início a história de Sophia, uma jovem humilde e inexperiente da Constantinopla de 853. Sophia vivia uma vida tranquila, até ser assassinada por seu esposo. Contudo, o que parecia o fim de seus dias, acaba se revelando o começo de uma nova vida. Embora morta no mundo material, ela se descobrirá viva no Mundo Espiritual e irá se deparar com situações que até então nunca imaginara.

 Lorensen, Natasha. Por todas as minhas vidas. 2016, agbook.


      Por todas as minhas vidas é o primeiro volume de uma trilogia chamada de Através do tempo, que narra a jornada de um belo ser espiritual que por motivos ainda não desvendados tem suas memórias selados por Yllehah (Deus). No início da história o leitor não consegue diferenciar o romance e a fantasia, mas ao longo de toda a leitura pode-se perceber que há uma influência da história e da religião, já que toda a trama é localizada durante algum período histórico importante, que faz a gente ficar ainda mais preso na história do livro. Em relação a religião, tem uma forte carga na crença de divindades por parte de alguns personagens, pois um fato importante sobre o livro é que: a personagem não é estática como outras, não há apenas a adição de mais personagens, mas sim a mudança da própria protagonista que ora encarna como mulher ora como homem. Vale ressaltar que nem todos os protagonistas que encarnam creem em um Deus único e poderoso. 

"... Ele realmente está aqui, pois acredita no motivo sagrado de nossa missão. Libertar os territórios cristãos do domínio desses infiéis, proteger os peregrinos, difundir a fé cristã. Regenerar almas pagãs. Ele crê que existe um propósito divino que nos move, por isso,  constantemente ganhamos batalhas [...] Para ele, Deus está ao nosso lado."  (Pág. 83)

     Outra coisa bem importante que consegui captar do livro é que durante toda história deste volume a personagem principal não consegue de forma alguma lembrar do seu passado. Ela consegue ter flashes de memória por ser muito poderosa, mas isso não faz com que ela consiga lembrar de um fato simples antes de sua primeira encarnação como Sophia. Além de todo esse enredo e de todas as vidas que ela tem, dá para imaginar que são personagens que em vida, assim que encarnam como ser material, tem futuros e ações diferentes, o que por vezes pode trazer a nos leitores uma raivinha por muitas chances que ela desperdiça ou por acontecimentos que ela deixa passar, mas isso dá-se por um fato complexo: ela está ali para pagar com sofrimento e dor a sua desobediência. 
     Por isso que antes da sua última encarnação neste volume, é a vida em que ela consegue plenamente fazer as coisas da maneira correta. É nela que vemos como realmente nossa existência é frágil e imensamente curta, não devemos desperdiçar o nosso tempo fazendo o mal ou apenas sofrendo por algo, devemos seguir em frente e lutar para ser o melhor possível conosco e com as pessoas que nós rodeiam. 

"Vi companheiros de companheiros, amigos de amigos, parentes de amigos. Pessoas próximas e distantes partirem. Todos se foram para um lugar que ninguém conhece o trajeto. Um local incerto. E a vida de quem ficou, prosseguiu seguindo seu curso natural." (Pág. 111)

     Aspectos que precisam ser também destacados no livro é a maneira como a narrativa se desenrola, a forma como a escritora consegue deixar fluir o contexto e prender o leitor. Um ponto marcante da trama é a divisão dos "capítulos", coloquei entre aspas porque é realmente diferente, não é apenas uma simples divisão, para mim pelo menos foi diferente. A marcação é feita por partes, por exemplo: Sophia é a primeira parte e o capítulo só termina quando sua vida cessa, para só assim começar a vida como Edmond. Outra coisa bem legal é o tempo da história, para o personagem passa em décadas, para nos não, eu pelo menos senti como se fossem semanas. 
      Há uma mistura bem interessante de personagens, a escritora inclui ao longo da história outros personagens, outros fatos e dicas para fazer a gente deduzir o que ela fez de tão errado contra Yllehah. Há uma disputa forte entre dois seres míticos, um do lado do mal e outro do lado do bem (meio clichê, eu sei, mas não deixa de ser instigante e curiosos), eles dois escondem de Azazel algo em que os três foram acometidos e o acordo que fizeram para sempre proteger ela de todo o perigo pelo qual ela era cercada em vidas terrenas.

"Aproximou-se um pouco de mim, retirou seu casaco preto, cobrindo-me com ele. Deu-me um beijo na fronte, virou-se e novamente voltou para a escuridão." (Pág. 227)

     Por fim, quero fazer uma última observação sobre a história, se você leitor acha que as vidas de Azazel são simples e sofridas, estão enganados, ela ou ele, passam por diferentes modos de vida. Uma é camponesa que perde os pais, outro é um assassino de aluguel muito vingativo e descontrolado emocionalmente, outro até é um cavaleiro templário e chegando ao fim das profissões, pode ser uma enfermeira da primeira grande guerra! Essas vidas são uma sucessão de fatos que juntos formam uma narrativa de tempo cronológico. 

"Por volta dos 1860 os grandes e ricos países da Europa começaram a disputar regiões de comércio na África e na Ásia. Uma das regiões que mais é afetada nesse período, com a expansão da indústria mundia, é o Japão que, durante a Revolução Meije, vê morrer centenas de seus filhos [...] Gerando um clima iminente de uma possível guerra que poderia ceifar milhares de vidas." (Pág. 447)

     Espero que a resenha tenha ajudado a descobrir algumas curiosidades sobre o livro I da trilogia, e aproveitando o ensejo quero alertar que a loja online que vende os livros físicos está em promoção - AgBook.com -, confiram e adquiram o livro, vocês vão amar!!!