domingo, 25 de agosto de 2019

[RESENHA] Sou tão humano que me dói - Ramai 



    Olá, leitores, quanto tempo não é mesmo? Hoje venho aqui resenhar um livro de poemas do autor paraibano Ramai. O livro contém 56 poemas, todos numerados e intitulados.

Escritor independente| 68 páginas| 2019| Classificação 5/5

    Esse livro é daqueles que você folheia e se apaixona, são poemas curtos de linguagem extremamente acessível e muito marcantes. Alguns em especial me marcaram, o autor consegue descrever em duas linhas o que em uma vida nós não pararíamos para pensar, se uma palavra definisse esse livro está seria, encantador, sem sombra de dúvidas.

     A linguagem é um mecanismo que faz com que o sentidos daquelas palavras só façam sentido juntas ali, não só pela combinação entre elas, mas pelo próprio sentimento que evocam por si mesmas. É de uma simplicidade tocante, demonstra aquela melancolia por vezes, no entanto também provoca reflexão, há um misto interessante de sensações causadas ao longo da leitura, o leitor se sente convidado a entrar na "casa" do poeta, sentar na mesa da cozinha, tomar um café e bater aquele papo bom sobre a vida. Talvez seja essa a intenção: fazer nós, leitores, nos sentirmos em casa, na nossa casa ou naquele ambiente no qual nos sentimos confortáveis que traz lembranças nostálgicas de um tempo remoto ou até de um futuro incerto. 

      É tocante, rápido e muito saudável, pois com ele, você desconecta do mundo e se conecta apenas a você mesmo. Recomendo a leitura.

Vocês podem encontrar o autor na página do instagram como @ramaieocaos



Até a próxima leitores, espero que tenham gostado do post e 
possam apreciar a leitura tanto quanto eu!




quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

[HISTÓRIA] Os meios são inícios e fins - Maria Eduarda Oliveira



     Olá pessoal, hoje estou aqui para fazer algo diferente. Sim, diferente. Na primeira publicação do ano aqui no blog o texto publicado é meu, a partir de observações minhas, feito com meus livros (leiam o post até o fim e saberão o que eu digo kkkk) e por fim construído de forma puramente instintiva. Tive a ideia de falar um pouco sobre algumas fases das nossas vidas a partir de livros que eu já li ou vou usa-lós para ser exemplo do que eu conto. 
      Nesse texto espero que vocês, leitores, consigam enxergar além do que vivem, que possam rever suas lembranças mais antigas, que possam projetar o futuro da forma mais real e particular possível. Embarquem comigo na viagem e curtam o que de melhor cada um carrega, recordar é viver e planejar é o que nos mantém com sonhos.


        A infância, para muitos a melhor fase da vida. Uma época em que tudo é brincadeira, tudo é motivo para um sorriso, quando toda lágrima logo é curada com afeto ou um mimo secreto. Parte da nossa vida que talvez aconteceram as aventuras mais surreais, como em Algum lugar nas estrelas, que nós nos juntamos com irmãos ou amigos para desbravar lugares secretos que só existem nas nossas imaginações. É na infância que encontramos combustível para todos os dias inventar uma nova diversão, algo que nos distraia e nos faça viver nos limiares da vida (o famoso vivendo perigosamente), mesmo que depois acabe numa confusão daquelas e com as intrigas que duram algumas horas ou até inventar algo novo para fazer. 
       Trocar experiências com os colegas na escola, fingir ser forte quando cai e rala alguma parte do corpo, emfim, viver intensamente cada segundo da sua existência apenas sendo feliz sem se preocupar com absolutamente nada, sem nenhuma obrigação, atribulação ou qualquer outra aflição da vida adulta. Não podemos deixar de contar sobre a infância daqueles que apenas passaram por este estágio da vida, mas que nada de bom levaram, que restaram marcas perduradas pela vida e que o peso das responsabilidades chegou cedo demais para que eles aproveitassem a provável experiência de ser tanto em um só ser. 
     Em O boticário nos vemos muito disso, uma criança sendo muitos em apenas um único: desbravador, espião, mestre em poções, herói, companheiro e ainda sim uma criança. Quando lemos A história sem fim notamos nitidamente tudo o que contei, mas de uma forma alusiva e totalmente irreal, se inserindo dentro de duas histórias ao mesmo tempo.
       A juventude/adolescência, essa é o início das fases mais complicadas para os pais, época em que todo mundo quer ser dono de si sem ter o mínimo de percepção do que seja realmente o mundo e a nossa sociedade. Eita que essa é a parte da vida que nós damos menos ouvidos aos conselhos e fazemos as nossas próprias vontades. Será que foi o melhor? Será que as decisões que tomamos com todas as dúvidas que tínhamos no momento foi realmente uma boa escolha? "Bancar"  o autossuficiência te deixou feliz? 
      É justamente nessa parte das nossas vidas que exige de nós calma, e também é quando menos temos ela conosco, um período longo de tempo que a depender da pessoa perdura até ela se dar conta de que está na vida adulta. Convivemos com problemas pessoais, morais, familiares e tantos outros que vão sendo acumulados a cada dia que passa. No livro Quinze dias podemos notar um pouco das oscilações emocionais de tantos jovens espalhados pelo mundo, como os dilemas internos não nos deixa prosseguir por onde sabemos ser nossa felicidade. A playlist de Hayden é outro exemplo que infelizmente vem sendo cada dia mais comum acontecer, a falta de crença em si para viver, mas no entanto é o sujeito que pode sim fazer diferente. 
     Claro que na adolescência nós não deixamos de sonhar ou de nos divertir, obviamente não, marcamos aquela social com os amigos para jogar conversa fora, vamos para alguma festa dançar muito e fazer a noite ser a última. O princípio dos amores "eternos", aqueles que achamos ser para a vida inteira, que nós nos apaixonamos e achamos ser tudo real o que era idealizado lá no início, aí o tempo passa e a gente conhece melhor as pessoas, algumas vezes a decepção vem junto e para isto o melhor livro sobre uma superação divertida é Não se apega, não. Em outras a gente realmente vive todo o amor que temos, outras vezes ainda acontece algo no meio do caminho que deixa a gente de queixo caído e realmente pode dizer que encontrou alguém para a vida toda, como acontece em P.S. Eu te amo
       Os doze signos de Valentina nós choramos com ela, rimos junto de todas as (des)aventuras que ela se propõe a viver por amor, para encontrar o quase inalcançável príncipe encantado. Aí o que acontece? A gente descobre que ele não existe e o que amamos são pessoas reais, cheias de defeitos assim como nós e que no fim das contas a nossa meta nem era encontrar o homem mais maravilhoso do mundo, e sim aquele que apesar de qualquer coisa (qualquer coisa mesmo: brigas, diferenças, ciúmes, etc) faz de tudo para ter você ao lado dele, quer você para dividir a vida, como é notável em O teorema Katherine
       É engraçado pensar em fatos tão corriqueiros da nossa vida com a vida de personagens que nem ao menos existem, não é? Mas se a gente para pra pensar as pessoas por detrás de cada história dessa é alguém que viveu e vive todas essas fases da vida também, eles carregam para a narrativa, mesmo que sem intenção, uma parte da sua história e divide com milhões de desconhecidos. 
        Aí a gente chega onde? Na vida adulta. Os problemas cessão? NÃO, definitivamente não. Alguns ficam mais complicados, outros são esquecidos e por último mais não menos importante, aqueles que são finalmente solucionados! Quando pega um livro como O livro dos ressignificados... sinceramente não vejo palavras para definir a leitura. As reflexões que perduraram toda a trajetória das nossas escolhas agora são colocadas diante de nós, aquele misto de sentimentos e emoções diversas. Quando nos chocamos com uma definição tão precisa e real da realidade do sentimento. Um outro volume que demostra bem as dificuldades de conseguir alcançar os objetivos pessoais diante de alguma deficiência (embora para mim todo o andamento do livro independe de qualquer deficiência) é Surpreendente
          Essa parte da vida é aquela pela qual na infância a gente tanto deseja, que na adolescência é sinônimo de poder: poder fazer o que quer, poder realizar todos os sonhos e poder ter exatamente tudo o que quiser ou até mais. Quem já é adulto sabe que não é assim, que a vida em si acaba se tornando um pouco complexa demais e daí criam-se as crises existenciais, as doenças psicológicas e a bagagem de atribuir todas as suas conquistas (boas ou ruins) unicamente as suas escolhas lá do início. Um bom livro para descontrair e perceber alguns desses desafios seria O lado bom da vida, apesar do título as personagens vivem em um constante conflito pessoal que só acaba quando realmente se dispõe a viver para si. 
          Para as mulheres empoderas e quem sabem disso, mas também as todas as mulheres que ainda não se deram conta do seu poder e força perante a sociedade eu indico os enigmáticos e engraçados dilemas, escolhas e cotidiano do livro Lorena - sem filtro nem ponto final, exemplar que trás a mulher como o centro desses problemas pessoais nos quais ela mesmo se coloca e sabe sair de cabeça erguida depois de tomada suas decisões.
        Chegando ao final de um ciclo nos temos a terceira idade, como adquirimos o hábito de chamar. Essa parte da vida eu não tenho tanta propriedade para falar, mas sei o quanto aprendi com todos aqueles que me ensinaram sobre a própria vida, sobre como as histórias antigas são legais contadas por eles e como os idosos tem o poder inquestionável de rever todas as outras épocas da vida sem ao menos pestanejar. 
     São eles os "gurus" do nosso dia a dia e por isso valorizá-los é tão importante, eu costumo compará-los aqueles livros grandes que em uma página só conseguimos ver uma fotografia enorme e uma pequena descrição em algum espacinho da folha, as imagens são as suas memórias, tudo o que viveram até chegar o dia de nos contar, a descrição a pequena parte que por mais que eles nos contem o que passaram não chega nem perto do que realmente sentiram. 
       Outra boa indicação apesar de ser protagonizada por uma criança é A menina que roubava livros, a narração interessantíssima da morte personificada de uma alma falante e detentora de um senso racional incrível, digo este livro pois a impressionante desfeita que muitos (no entanto não são todos) idosos têm pela morte me fascina, é como se a vida já tivesse sido tão completa apesar de tudo, que o fato de não viver mais neste mundo não os abalasse de maneira nenhuma. 
        Por isso eu sou convicta de que os meios são inícios e fins. Como? São pelos meios que vivemos e pelos meios das nossas vidas que se constroem simultaneamente o início de tudo o que decidimos e os fins de tudo o que praticamos.

                                                              FIM 


Espero que gostem do texto e das indicações, 
espero vocês no próximo post.
Até mais!!!

        
           

terça-feira, 6 de novembro de 2018

[RESENHA] Outros jeitos de usar a boca - Rupi Kaur



       É um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

Editora Planeta| 204 páginas| 2017| Skoob| Classificação 4/5


Já leram poesias que impactam? Que te mostram uma realidade emocional que por mais que saibamos existir a negamos por considerável tempo? Uma leitura que sacode e mexe com você? Pois bem, Outros jeitos de usar a boca é isto! Sem mais é uma leitura que marca e penetra fundo no âmago de quem deseja refletir, um livro que abusa do poder subversivo por meio de olhar aguçado e crítico de uma sociedade que vive dos momentos efêmeros da nossa rotina, deixando passar os detalhes mais relevantes e de certa forma valorosos.

    Uma leitura rápida, poemas curtos e que dizem tanto ao passo que vamos lendo. Divisões estruturais progressivas que dão ao caminhar textual um tom de aproximação com o leitor, fazendo a leitura se tornar leve e de uma sensibilidade muito grande. 

     Ao entrar no mundo deste livro nos deparamos com sentimentos mistos, nos desvinculamos da rapidez do tempo para apreciar os detalhes da alma do eu lírico, um puro sentimentalismo: ora melancólico ora de puro fervor. Emociona e cativa com as palavras, tudo em suas poesias parece medido para alcançar a quem ler com o propósito de chamar a uma nova perspectiva, a de enxergar, não só olhar simplesmente, mas ver além do que está escrito e mostrar com profundeza a alma de alguém.




Aos meus leitores: espero que gostem desta resenha, 
apreciem o livro tanto quanto ou mais do que eu. Até a próxima!

quinta-feira, 12 de julho de 2018

[RESENHA] Sobre amor, morte e moscas - Mariana Lancellotti


Poesia de Mariana, declama segredos da poeta. Musos assumidos ao declarar que a vida nos inspira, subversiva em amar o instante letra.
   Rindo de si em frases curtas, cresce audaz.   Constrói teia de ironias históricas, bem-Dita trilha sonora paira nas letras da autora diversa em espelhos diferentes formatos, refletindo a comunicadora crítica, a apreciadora de poesia simples e precisa, a eufemista ácida dentro de quem se sabe, verdadeira recrutadora de suspiros.
 "Sobre amor, morte e moscas" é ação bem resolvida e relutância do próximo pulo ao precipício, importa viver inteiramente os sentidos, poesia ao livre verso-pensar. Abuso do escancaro trôpego.
   Autora que transforma a todos, como a lua que mingua seguidamente às suas cheias e se desfaz em prosa e verso e algumas melodias. 
                                                                                                                                      Por Cris Rangel

  Editora Algaroba| 112 páginas| 2018| Classificação 5/5

    Com um prefácio instigante e envolvente, que cativa o leitor a saber cada vez mais o teor dos poemas, promovendo aquela ansiedade de aguardar sempre uma surpresa dentro das páginas do livro. São poemas que vão fundo em nosso existencialismo, apesar de curtos, para indicar a brevidade do tempo penso eu, foi como um despertar para nossos sentimentos básicos em questão de minutos, pois em pouco tempo de leitura de apenas um poema você vai poder refletir sobre experiências semelhantes ou até a algum fato que te remete a tal situação. Este livro traz poemas de leveza e profundidade, poemas modernos, com linguagem acessível e que de certa forma mexem com você.
     Como um todo o livro é divido em doze partes. Parece muito não é? Mas são divisões curtas e que abrangem poemas na mesma linha de pensamento do título de cada parte, é muito dinâmico e não se torna cansativo ao ler. O teor de cada poema acaba por suscitar vestígios da própria autora, seu tom pessoal a um eu lírico (se assim posso chamar) incisivo e que se impõe como "peça" principal no meio, isto torna os poemas próximos a nós, pois é como se o leitor compreendesse e sentisse junto o que cada palavra diz. Um envolvimento completo!
    O pósfacil é outra parte bem interessante, que apesar de pensarmos já ter acabado todo o teor poético do poema, neste fim do livro encontramos mais uma parte poética, mas desta vez remetendo ao conteúdo do mesmo e dando outra visão dos poemas aos leitores. Tudo neste livro inspira as subjetividades da vida em geral, aspectos fugazes que nem sempre damos a devida atenção: por descuido ou simplesmente não querer refletir sobre. 



Mariana, obrigada pelo presente de receber este livro e saber que o brilhantismo veio de você, todo o sucesso para ti e como costuma dizer: "muita paz, amor e arte"! Espero que os leitores do Cacto gostem tanto do livro quanto eu. Até a próxima!
       


domingo, 8 de abril de 2018

[RESENHA] A incrível história secreta da língua portuguesa - Marco Neves



      Tudo isto fez parte da vida de quem falou portu­guês ao longo dos séculos, uma língua que come­çou a ser germinada na voz daqueles que, há quase 2000 anos, na Galécia, falavam um latim popular com sotaque celta. A história surpreendente da nossa língua, contada como um romance.
     Embarque na aventura da descoberta das raí­zes da língua portuguesa na companhia da família Contreiras e, entre factos reais e muita imagina­ção, conheça a nossa língua pela perspectiva de gente comum e de grandes escritores.
      Acompanhe uma celta e um romano aos beijos, um amigo de Afonso Henriques à procura de mou­ras encantadas, Gil Vicente a perseguir um homem perigoso pelas ruas de Lisboa, uma coleccionadora de livros a fugir numa carroça para Amesterdão, Camões ao murro por causa duma dama da corte e muitas outras aventuras de que é feita esta história da língua portuguesa, recheada de deliciosas sur­presas e um toque de humor.
Editora Guerra & Paz| 2017| 216 páginas| Classificação 5/5

     Um livro marcado pela cronologia da língua portuguesa, escrita por um português que está na área de línguas e soube colocar muito bem todas as formas e explicações possíveis sobre o tema!
     História romantizada desde a época em que ainda não haviam romanos nos territórios da Península Ibérica, contando como se deu a evolução desta língua tão rica e ainda pouco valorizada, é partir deste livro que conseguimos ter alguma dimensão de toda a mistura de diferentes sotaques, culturas e maneiras de se expressar para que chegasse ao que ela é hoje em dia para nós, e ainda assim não para de se transformar ao longo dos dias. Logo no início da narrativa mostra de forma lúdica como ocorreu a primeira junção das línguas para  que daí em diante cedesse espaço a tantas trocas de letras, sons ou mesmo a diminuição e acréscimo das palavras que constituíam o latim vulgar, como era denominado a mistura do falar pelo povo comum, diferente do latim clássico, utilizado para documentos e uso exclusivo dos nobres.
    Ao passar das páginas notamos que o tempo/espaço onde passa a história é baseado em fatos reais e históricos, dando ainda mais notoriedade ao que é contado, claro que há um pouco de anacronia, mas deve-se ao fato de se tratar de um romance ficcional, leva personagens marcantes em algumas esferas sociais e faz uma escolha de "encaixe" dos mesmos de uma maneira a causar convencimento, mesmo sendo apresentado fatos em épocas diferentes. A construção é bem feita a ponto do leitor não se dar conta, por vezes, que aquele acontecimento não poderia ser verdade, pois trata de momentos ora além daquele tempo, ora anteriores a eles, com isso quero dizer que a "costura" de construção da narrativa conseguiu com êxito mostrar uma construção coerente e de fácil entendimento.
   Durante toda a trama há uma série de histórias que se desenrolam com a evolução da língua, uma sequência de fatos e personagens marcando cada situação, contribuindo para um grande acontecimento apontado no início da história, mais que com diversos impasses só consegue ser desvendado ao fim do livro. É marcante, emocionante e cativante, prende o leitor de forma sem igual.
     

Agradeço a professora Roseane Nicolau por ter me apresentado este lindo exemplar, foi um dos romances mais emocionantes que já li. Espero que assim como eu, vocês possam se encantar com está incrível história.
Até a próxima!!!

sábado, 20 de janeiro de 2018

[RESENHA] Em algum lugar nas estrelas - Clare Vanderpool


        É um romance intenso sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença. Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine. O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden. Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor. Quando chegam as festas de fim de ano, a escola fica vazia. Todos os alunos voltam para casa, para celebrar com suas famílias. Todos, menos Jack e Early. Os dois aproveitam a solidão involuntária e partem em uma jornada ao encontro do lendário Urso Apalache. Nessa grande aventura, vão encontrar piratas, seres fantásticos e até, quem sabe, uma maneira de trazer os mortos de volta – ainda que talvez do que Jack mais precise seja aprender a deixá-los em paz.

DarkSide Books| 2016| Skoob| Amazon| 288 páginas| Classificação 5/5


       Um livro intenso, cheio de aventuras e com muitas dificuldades. Essas três palavras definem este livro, uma ficção que é estruturada a partir de fatos irreais, mas que de forma impressionante se aproximam da realidade de algumas pessoas, pessoas estas que têm dificuldades em se relacionar com outras, sejam adultos ou crianças. 
      Um volume que marca profundamente o leitor com todas as suas perspectivas expostas pelos dois personagens, a fé que Early mantém durante todos os obstáculos e apesar de toda a falta de apoio ou crença das outras pessoas sobre ele. A narrativa toda construída a partir de coordenadas geográficos, cada capítulo contendo uma constelação diferente, constituindo uma grande pista sobre os fatos que decorrem. Envolve ainda a capacidade intelectual do personagem para obter pistas do paradeiro do seu irmão, uma montanha-russa de sentimentos ao longo da grande aventura que nós aceitamos entrar a partir do momento em que começamos a ler.
       O trabalho da editora conta muito também, a preparação até chegar a história, é como um túnel do tempo que te leva diretamente ao ambiente em que se passam todos os fatos. Este livro é um enlace tão bem feito que fazer esta resenha é um desafio, pois você quer contar o que sentiu e "presenciou" ao passar das páginas, mas se fizer vai estar contando os detalhes e talvez faça outro leitor não ter interesse. Este não é o propósito, um livro como este, que trás lições de vida e de caráter, não devem ser deixados de lado. 
      Exemplar com final arrebatador e o desfecho mais empático que já li até hoje, realmente um aprendizado lê-lo, aprecia-lo e dedicar um tempo a histórias como estas. Definitivamente marcante!


Perfil do livro no Skoob:


Espero que a resenha tenha deixado uma leve curiosidade,
até a próxima aventura!








segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

[RESENHA] O livro dos ressignificados - João Doederlein (@akapoeta)


      Antes aprisionadas na formalidade dos dicionários, palavras como girassol, Deus, sonho, tatuagem, cafuné e muitas outras são libertadas por João Doederlein que assina com o pseudônimo Akapoeta neste seu primeiro livro. Elas são repensadas a partir das experiências pessoais do autor, de vinte anos, e de sua geração, mesclando romantismo bem resolvido, paixão, isolamento e um dia a dia que respira tecnologia e cultura pop. Combinando textos que se tornaram sucesso nas redes sociais com material inédito, o autor acha novos significados para os signos do zodíaco, para clichês indispensáveis como paixão e saudade e para as atualíssimas match e crush. Uma história de amor correspondido entre um jovem e sua musa a escrita.

Editora Paralela| 2017| Skoob| Amazon| 215 páginas| Classificação 5/5


       Primeiramente: eu sei que ando sumida por aqui, mas juro que não é por querer, sempre lembro do meu pequeno cacto e dos seus respectivos leitores, mais enfim, eu apareci e vou falar deste livro citado acima. Com ele eu literalmente vou quebrar as sequências dos livros que vinha resenhando (romance, aventura, ficção, etc.), mas, por outro lado, vai totalmente de acordo com um dos propósitos do blog, a poesia. Segundamente: vamos a resenha!

Neste volume sua divisão são em seis pequenas partes: o jardim, o zodíaco, o coração, a mente, a cidade e a história de nós dois, a partir destas divisões surgem os ressignificados. Por muitas vezes nos recorremos aos dicionários para conseguir compreender certas definições das palavras, e nem sempre nós conseguimos sanar nossas dúvidas com relação a isso (ou por não compreender o seu significado ou por nunca tê-lo usado daquela maneira). É justamente este o ponto que o poeta toca os seus leitores, ele dá novo sentido a algumas palavras, ele, sendo inverso ao dicionário, faz com que a pessoa que leia fale mentalmente: é exatamente isso! Não é uma definição estática, é algo fluido, que capta a essência do Ser e dos sentimentos.

A estrutura dos textos nos lembra os verbetes dos dicionários, menciona quando as significações pertencem a alguma classe de palavras e a partir daí descreve as palavras. Um livro forte, que emociona e consegue alcançar, por vezes, o fundo da sua alma. Este livro foi uma surpresa, ao passar das páginas você só quer que haja mais e mais palavras, é você pegar um livro e viajar para dentro do seu próprio íntimo, conceder a sua razão uma resposta concreta para todas as palavras abstratas.

Os signos também foram incluídos, neste ponto ao contrário do que estamos acostumados a ler, o escritor não aponta a parte negativa do seu zodíaco, e sempre vejo aquela dualidade de parte boa e ruim, mas aqui não, percebi que a intenção é mostrar que apesar do lado não tão legal da sua "personalidade", ela também é feita pelas coisas boas, por suas virtudes. Na parte sobre a história de nós dois e o coração são aquelas palavras que acabam sendo bem usuais entre as pessoas ao passar dos dias, sejam elas casais ou não, o sentimentalismo aflora nesta parte, é impressionante como ele consegue escrever a essência dos sentimentos, isso até o fim do exemplar vai provocar sua mente sem dúvidas.


Link do livro no skoob: 
No título da resenha disponibilizei o nome pelo qual vocês podem encontra-lo no perfil do instagram.


Desejo uma ótima leitura e um 2018 incrível a todos vocês,
até a próxima resenha.
P.s.: tia, obrigada pelo presente!